Fim de tarde posto, já só restam umas horas. A luz desliga-se e com ela os sussurros das paredes quase mudos. Como um interruptor, a janela vai trazendo aquela casa às memórias da fachada, agora lisa, desligada, guardando para si as histórias aprisionadas pelo tempo.
O movimento é transitório, e bascula com as estações, trazendo o bailado de uma janela emprestada que se espreguiça sobre a tela vazia, feita parede amordaçada, agora despida de estilos e formas, tal e qual uma varanda sem porta, adormecida sobre a rua, ausente dos ritmos e tendências dos dias que passam, longe do que era, ausente de ser.
Anterior
Anterior
Epifania
Próximo
Próximo