Uma dança mítica que desconstrói cenários, mas constrói sonhos lúcidos
por Agostinho Santos link

Entoa e revela um percurso íntimo, silencioso, uma espécie de poço ou sombra de emoções, repleta de sentimentos prestes a explodir.
O desenho ou a pintura de André Gigante faz-se, edifica-se de reflexos, interrogações e questões que nos invadem a todos, simples observadores atentos ao seu gesto, como dança mítica no papel que desconstrói cenários, mas constrói sonhos lúcidos, coerentes, que em sintonia nos entram pelos olhos dentro. A sua obra, esta obra, traduz mares rebeldes, águas coloridas, quais oceanos em fúria ou turbilhões desmedidos prestes a avançar sobre nós que nos desvendam gritos de musas e sorrisos dos deuses. André sabe com eficácia captar esses momentos.

As cores e as suas formas gestuais patentes nestes desenhos, confrontam, ou até, por vezes, convivem, enamoram-se de corações atarantados, que perduram em poemas visíveis ou invisíveis, reais ou imaginários, pregados nas planícies ou nas montanhas do tempo, de um tempo registado, captado pelo seu traço criativo, como rodopio em chamas de um olhar de memórias que conta histórias.